segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Entre Facas concorre ao Prêmio Açorianos de Literatura

Pois é, a editora Nova Prova inscreveu Entre Facas nas categorias Conto, Capa e Projeto Gráfico. Vamos cruzar os dedos...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Cronopios

Achei estes dias um site bem legal sobre literatura: chama-se Cronopios, inspirado em Cortázar. Vale a pena dar uma olhada (ô pessoal do Cronopios: depois me agradeçam a publicidade..rsrs)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Lançamento em Curitiba

No próximo dia 28/08, no Café e Restaurante Quintana, será realizado o lançamento de Entre Facas e mais alguns contos. Se os ventos favoráveis soprarem...sul, ai vamos nós.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Brasiliensis V


Do pôr-do-sol na W3 Sul, ao caminho singular até a banca de jornal. Vale a pena descobrir os detalhes da capital. Veja mais...




quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Resenha publicada no Jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte, 06/07/09

As Facas Gaúchas

Coluna de Manoel Hygino dos Santos

Uma bela surpresa vem do Sul. Uma escritora nova, nascida em Santa Maria. Liziane Guazina, de quem sequer ouvia falar, apresenta-se em “Entre Facas e mais alguns contos”, pela Nova Prova Editora, de Porto Alegre, no fim do outono de 2009. Com ilustrações de Helena Jansen, exímia em bicos de pena. Antes de tudo, a qualidade material do volume: alto nível. Papel off-set 90 gramas, composição em Times New Roman e Verdana, projeto gráfico e produção visual de excelente qualidade, pelos quais se responsabilizaram a própria Jansen e Regina Pessoal.
Entro nesses detalhes porque o volume é um convite à leitura, como o odor agradável atrai às delícias da mesa. Sergio Caparelli se encarrega de explicar o título, um tanto estranho para uma moça de Santa Maria, embora os gaúchos, historicamente, sejam afinados com facas. Liziane não corta exatamente a carne. Parece, sim, uma especialista em anatomia trabalhando os tecidos para uma sessão de aponevrose, em que os mínimos cuidados são valiosíssimos. Ela abre as cortinas do cenário, apresenta os personagens, diz muito, mas não conta tudo. Ao leitor cabe a tarefa e satisfação de faze-lo, inclusive descobrindo o que não foi dito, mas apenas sugerido.
A autora sabe insinuar. E, para os cortes, usa canivete, punhal e navalha, abrindo os corpos em 22 contos, com linguagem acessível, não vulgar, a palavra própria para a circunstância. Capparelli observa, com razão, que o leitor se descobre parte e personagem do que se narra. Correto. O leitor não é um mero interessado no texto, volvendo páginas do volume. Ele se torna indispensável à interpretação dos fatos relatados. Assim, à medida que repassa pormenores da narrativa, ele se vê gloriosamente constrangido a participar. Sente-se essencial para conhecer o que verdadeiramente a autora sugeriu ou insinuou.
Ela não diz tudo, não abre o jogo integralmente, deixa ao público a missão de ajuda-la, de modo que cada conto se faz um desafio de bom gosto do leitor, que dá sua contribuição, descobrindo minúcias do que se conta. C.M. Zanotta, da Revista Magnum, esclarece: “Pode-se definir fio ou gume de uma faca – ou de qualquer outra ferramenta cortante – como a capacidade que esse instrumento possui em realizar, com precisão, facilidade e perfeição, uma operação de corte em material pré-escolhido. Por precisão, definimos o corte efetuado em local determinado e na profundidade e espessura desejadas; por facilidade, que esse corte possa ser efetuado com um mínimo de esforço ou pressão sobre o instrumento, e a perfeição caracteriza a operação na qual as fibras do material são efetivamente cortadas e não rasgadas ou esfiapadas”.
Liziane confessa: “escrevo com facas na esperança de acertar o ponto de corte”. Consegue. Apanhou seus personagens por ai, capta episódios comuns que vivem ou em que se envolvem, revelando tudo gostosamente. Ou seja, ao gosto do leitor. Este não deve esperar tragédias, mas o drama de cada um, que a autora sabe descrever com talento. O leitor é, enfim, o personagem mais importante nessas histórias. Tem de entrar no amado das situações, conhece-las e descobrir, descobrir-se. Linguagem fluida, moderna, dinâmica e quente. A produção da escritora de Santa Maria é recente. Começou a partir de 2002. Seu sol já brilhou, tem longo caminho à frente porque não teme sequer as atitudes de seus personagens, aos quais não falta o erotismo bem conduzido.